sábado, 21 de agosto de 2010

Você sabe porque a lua é tão solitária?

Você sabe por que a Lua é tão solitária?

 A lua tinha um amor, chamavam-se Kuekuatsheu
 e viviam juntos no mundo dos espíritos
Mas um dos espíritos desse mundo era ciumento.
Trickster queria a Lua apenas para ele.
Então, Trickster, que tinha o dom de persuadir, falou a
 Kuekuatsheu que a Lua pediu flores.
E disse para vir ao nosso mundo, pegar umas rosas selvagens.
Mas Kuekuatsheu não sabia que, se saísse do mundo dos
 espíritos, nunca mais poderia voltar.
Então, foi buscar as flores para a sua amada e
 não conseguiu retornar.
Toda noite, com o coração na mão, ele olha para
 o céu vê sua Lua clara e linda e uiva por seu nome.
Mas… Ele nunca mais poderá tocá-la novamente.

Kuekuatsheu significa Wolverine





sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Situação política hoje....


ANALFABETISMO POLITICO


Gosto dos algarismos, porque não são de meias medidas nem de metáforas.
 Eles dizem as coisas pelo seu nome, às vezes um nome feio,
 mas não havendo outro, não o escolhem.
 São sinceros, francos, ingênuos.
 As letras fizeram-se para frases; o algarismo não tem frases, nem retórica.
 Assim, por exemplo, um homem, o leitor ou eu, querendo
 falar do nosso país, dirá:
 Quando uma Constituição livre pôs nas mãos de um povo o seu destino,
 força é que este povo caminhe para o futuro
 com as bandeiras do progresso desfraldadas
. A soberania nacional reside nas Câmaras;
 as Câmaras são a representação nacional.
 A opinião pública deste país é o magistrado último,
 o supremo tribunal dos homens e das coisas.
 Peço à nação que decida entre mim e o Sr. Fidélis Teles de Meireles Queles;
 ela possui nas mãos o direito a todos superior a todos os direitos.
 A isto responderá o algarismo com a maior simplicidade:
 A nação não sabe ler.
 Há só 30% dos indivíduos residentes neste país que podem ler;
 desses uns 9% não lêem letra de mão.
 70% jazem em profunda ignorância.
 Não saber ler é ignorar o Sr. Meireles Queles;
 é não saber o que ele vale, o que ele pensa, o que ele quer;
 nem se realmente pode querer ou pensar.
 70% dos cidadãos votam do mesmo modo que respiram: sem saber
 porque nem o quê.  Votam como vão à festa da Penha,
 - por divertimento ou obrigação.
 A Constituição é para eles uma coisa inteiramente desconhecida.
 Estão prontos para tudo: uma revolução ou um golpe de Estado.
 Replico eu:  Mas, Sr. Algarismo, creio que as instituições...
As instituições existem, mas por e para 30% dos cidadãos
. Proponho uma reforma no estilo político.
Não se deve dizer: "consultar a nação, representantes da nação,
 os poderes da nação"; mas -  "consultar os 30%, representantes dos 30%,
 poderes dos 30%". 
A opinião pública é uma metáfora sem base; há só a opinião dos 30%.
 Um deputado que disser na Câmara: "Sr. Presidente, falo deste modo
 porque os 30% nos ouvem..." dirá uma coisa extremamente sensata.
 E eu não sei que se possa dizer ao algarismo, se ele falar desse modo,
 porque nós não temos base segura
para os nossos discursos, e ele tem o recenseamento.




(ASSIS, Machado de. "Obra Completa". Rio de Janeiro: Nova Aquilar, vol. 111, 1969.)




Em épocas de eleição não há como fechar os olhos a situação
 politica-educacional atual.
Por esse motivo  nosso blog irá viajar no que poderia ser "nosso sonho...
O fim do analfabetismo social e politico".
Como cidadãos e cidadãs conscientes que somos certamente gritaremos juntos
 nas urnas para que a 
situação politica e social atual comece e ser vista como algo que necessita de mudança...URGENTE!
Preste atenção as propostas políticas do seu candidato no que
 se refere a EDUCAÇÃO.
.Nenhum país pode progredir sem dar ênfase a educação do seu povo.

Elaine


quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Significado da flor de lótus


 Tal como a flor do lótus cresce da escuridão do lodo para a superfície da água,
 abrindo sua flores somente após ter-se erguido além da superfície, ficando imaculada de ambos, terra e água, que a nutriram - do mesmo modo a mente, nascida no corpo humano, expande suas verdadeiras qualidades (pétalas) após ter-se erguido dos fluidos turvos da paixão e da ignorância, e transforma o poder tenebroso da profundidade no puro néctar radiante da consciência Iluminada (bidhicitta), a incomparável jóia (mani) na flor de lótus (padma). Assim, o arahant (santo) cresce além deste mundo e o ultrapassa. Apesar de suas raízes estarem na profundidade sombria deste mundo, sua cabeça está erguida na totalidade da luz. Ele é a síntese viva do mais profundo e do mais elevado, da escuridão e da luz, do material e do imaterial, das limitações da individualidade e da universalidade ilimitada, do formado e do sem forma...


A LENDA DA FLOR DE LÓTUS


            Certo dia, à margem de um tranqüilo lago solitário, encontraram-se quatro elementos irmãos: o fogo, o ar, a água e a terra.
 - Quanto tempo sem nos vermos em nossa nudez primitiva - disse o fogo cheio de entusiasmo, como é de sua natureza.
 É verdade - disse o ar. - É um destino bem curioso o nosso. À custa de tanto nos prestarmos para construir formas e mais formas, tornamo-nos escravos de nossa obra e perdemos nossa liberdade.
 - Não te queixes - disse a água -, pois estamos obedecendo à Lei, e é um Divino Prazer servir à Criação.
 Por outro lado, não perdemos nossa liberdade; tu corres de um lado para outro, à tua vontade;
 o irmão fogo, entra e sai por toda parte servindo a vida e a morte.
 Eu faço o mesmo.
 - Em todo o caso, sou eu quem deveria me queixar - disse a terra - pois estou sempre imóvel, e mesmo sem minha vontade, dou voltas e mais voltas, sem descansar no mesmo espaço.
 - Não entristeçais minha felicidade ao ver-nos - tornou a dizer o fogo - com discussões supérfluas.
 É melhor festejarmos estes momentos em que nos encontrarmos fora da forma. Regozijemo-nos à sombra destas árvores e à margem deste lago formado pela nossa união.
 Todos o aplaudiram e se entregaram ao mais feliz companheirismo.
 Cada um contou o que havia feito durante sua longa ausência, as maravilhas que tinham construído e destruído.
 Cada um se orgulhou de se haver prestado para que a Vida se manifestasse através de formas sempre mais belas e mais perfeitas.
 E mais se regozijaram, pensando na multidão de vezes que se uniram fragmentariamente para o seu trabalho.
 Em meio de tão grande alegria, existia uma nuvem: o homem.
 Ah! como ele era ingrato.
 Haviam-no construído com seus mais perfeitos e puros materiais, e o homem abusava deles, perdendo-os.
 Tiveram desejo de retirar sua cooperação e privá-lo de realizar suas experiências no plano físico.
 Porém a nuvem dissipou-se e a alegria voltou a reinar entre os quatro irmãos. Aproximando-se o momento de se separarem, pensaram em deixar uma recordação que perpetuasse através das idades a felicidade de seu encontro.
 Resolveram criar alguma coisa especial que, composta de fragmentos de cada um deles harmonicamente combinados, fosse também a expressão de suas diferenças e independência, e servisse de símbolo e exemplo para o homem.
 Houve muitos projetos que foram abandonados por serem incompletos e insuficientes
. Por fim, refletindo-se no lago, os quatro disseram:
 - E se construíssemos uma planta cujas raízes estivessem no fundo do lago, a haste na água e as folhas e flores fora dela?

 - A idéia pareceu digna de experiência. 
Eu porei as melhores forças de minhas entranhas - disse a terra - e alimentarei suas raízes.
 - Eu porei as melhores linfas de meus seios - disse a água - e farei crescer sua haste.
 - Eu porei minhas melhores brisas - disse o ar - e tonificarei a planta.
 - Eu porei todo o meu calor - disse o fogo - para dar às suas corolas as mais formosas cores.
 Dito e feito.
 Os quatro irmãos começaram a sua obra. 
Fibra sobre fibra foram construídas as raízes, a haste, as folhas e as flores.
 O sol abençoou-a e a planta deu entrada na flora regional, saudada como rainha. Quando os quatro elementos se separaram, a Flor de Lótus brilhava no lago em sua beleza imaculada, e servia para o homem como símbolo da pureza e perfeição humana.